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A trela


Uma inquietação em seus olhos, quando seus lábios se abrem
Algo furioso constrói-se para desconstruir o arrogante fulcro dos desesperançosos
Uma melodia misteriosa se impõe para expor a mais bela e límpida limitação da natureza
A composição de tudo o que é visto, incompleta e caótica, desesperada e vertiginosa – sensação de ausência absoluta de sentido – um abraço singelo no caos estonteante e amargo fincado em um curto lapso temporal
Uma estonteante faísca, aterradoramente brusca, que impõe uma louca combustão interna, que dilacera brutalmente o estado frágil de alerta
Abrupto, condensador e delirante – um momento libertador de embriaguez – infinitamente superior a razão – ao pensar – superior...
Tracejos angelicais que escondem e subjugam uma força descomunal – uma inútil tentativa de camuflar uma estrela – um sol
Mas algo não está a funcionar como deveria – um aperto no centro da alma – um colapso centrado e mirado na existência – sem dor, sem ardor – um incômodo fatigado – intuído para o fundo do tudo
Há algo que condensa e orienta os resquícios da ordem – as migalhas da decência – o freio dos loucos – o grito surdo dos não adjetiváveis – o retorno do aceno para o vazio – para o bem dos bons
Mas por fim, como seria de se esperar, a névoa se dispersa e o olhar se volta para a certeza da real projeção de solidez – na destruição do fulcro da tentação – no compêndio onde sentimentos sublimes e verdadeiros se materializam sob uma égide de infinita pureza – logo, os olhos mais uma vez abertos – e podem contemplar toda a luz que emana da vida... a bela luz... que emana... da vida.

                                                                                                                                                        
                                                                                                                                                         e.k.

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